segunda-feira, 16 de abril de 2007

DECAEDRO II


II

Silêncio.
Te presenteio hoje com meu silêncio.
Doce ausência de rumor d’alma.
Lágrimas esquecidas em mim.
Silêncio.
Que teus olhos busquem na minha face
Palavras desletradas e mudas
Olhos apagados e vazios.
Silêncio.
Não ouvirás minhas risadas
E este é meu melhor presente.
Amanhã, talvez venhas
Louco de saudade
Te encharcarás no meu hálito
E beberás meu ruído.
Silêncio.

3 comentários:

Anne M. Moor disse...

O silêncio abraça... É no silêncio que nos escutamos.

Walmir Lima disse...

Muitas vezes o silêncio é a mais eloqüente das manifestações. Confundido com desprezo, é forte ímã que atrai os corpos com a poderosa energia do olhar que quer rever...da pele que quer sentir...tudo de novo.

Maria disse...

Anne e Walmir:
Sempre gostei do silêncio. Adoro a fala dos olhos.