quinta-feira, 26 de abril de 2007

DECAEDRO VIII, IX, X

VIII


Movem-se lentamente os dedos
Volta a fluir nas veias o sangue
Despertar é morrer,
Dormir é falecer em mim.
Torrentes cobrem o corpo
Ainda gelado e torpe.
Movimentos da vida
Relembram a morte
Solidão infinda
Sinfonia desperta
Tomba a fantasia.
Tocam os clarins.
IX


Doces sonhos acalentaram a noite.
Amanheceu a ternura
Regada no manjar dos Deuses
Cetins e rendas recobriram meu corpo
Desnudei as taças do amor
Contei estrelas
Coloquei venda nos olhos
Exauri.
X

Termina a cena
Desce o pano.
Ribalta escura
Vazio.
Loucos personagens vagueiam
Buscando máscaras
Para esquecer o fim.

4 comentários:

Anne M. Moor disse...

A cena teve o seu fim e te libertou!

Anônimo disse...

Oi Maria,vim te visitar.
O seu blog é maravilhoso.
Grande senso estético.Parabéns.
Bjo
Lú.

Walmir Lima disse...

Ribalta brilhante pela estrela que pisou.

Maria disse...

Seguem ator e seus multiplos personagens. cruzam as páginas da vida e de suas histórias. Mas cada ato é vivido como momento único, emblemático, pleno de todos os sentimentos porque parte da carne fazem do palco seu trono.