sexta-feira, 16 de março de 2007

ENCONTROS


Entrego-me ao doce embalar da minha canção de ninar cantada nos acasos e surpresas que o dia me premiou, onde lavar e estender os panos da vida sob o sol aquece o frio que penetrava as entranhas. Sonolenta, enrolo a alma e deixo o sonho brincar de roda comigo. Tomo o condão nas mãos e desenho com ele no espaço. Nas pontas dos pés danço a música mágica que acalenta, transforma e ilumina.
Não chora mais menina, vê que luz penetra as arvores e brinda as folhas do chão de dourada figura. Percebe que já amanheceu e teus cabelos desalinhados cobrem teu rosto emaranhando a vista. Varre a vida. Toca tua face com as pontas de teus dedos, e fecha tuas feridas. Veste-te em sedas, alisa o corpo e deixa que música da rua desperte teus sentidos.

2 comentários:

Anne M. Moor disse...

Inventário

Era sempre assim em dezembro. Revia o ano num meticuloso inventário. Cada fato. Cada dúvida. Cada riso. Cada dor. Toda lembrança. E então era a vez dele. Releu cartas e poemas. Lembrou com calma cada toque cada beijo cada gozo. Pesou cada medo cada silêncio a imensa ausência. Viu que era precioso e raro. Com ternura envolveu tudo na mais fina seda perfumada a lavanda. Guardou na arca pequenina dos tesouros mais secretos. E seguiu adiante a reinventar a vida.

Márcia Maia

Maria disse...

LIndo!!!
É como reinventar-se a cada ano, a cada virada de página. Saber que temos este poder nos dá coragem de ir sempre avante.